segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A Paralisia Cerebral...


Segundo Braga (1995), paralisia cerebral é a lesão de alguma parte do cérebro ou mau desenvolvimento do cérebro, isto acontece durante a gestação, durante o parto ou nascimento e no processo de desenvolvimento do cérebro da criança, podendo iniciar-se na concepção, no período fetal e continuando assim ate a vida adulta, sendo que muitas vezes não conseguem identificar à causa da paralisia cerebral da uma criança.
Braga (1995), destacar alguns períodos em que se pode causar a lesão:
Pré-natais: onde as causas mais freqüentes são infecções intra-uterinas, rubéola, toxoplasmose, citomegalia, herpes zoster, sífilis, anoxia fetal, ou conseqüências de problemas durante a gestação acidentes sofridos nesse período a exposição à radiação ou drogas, erros de migração neuronal, malformações cerebrais, uso de bebidas alcoólicas cigarros ou cocaína são fatores de alto risco durante a gravidez.
Peri-natais: complicações durante o parto, traumatismo cerebral, nascimento com baixo peso e as infecções que são a causa mais freqüentes neste período.
Pós-natais: encontra-se traumatismo crânio-encefálicos, infecções do sistema nervoso central, encefalites, meningites, anoxia cerebral, devidos as asfixias, afogamentos, convulsões, paradas cardíacas e acidentes vascular cerebral.
O mesmo pesquisador também classifica o sistema da patologia em varias categorias:
Espástica: com os movimentos difíceis;
Atetóide: com movimentos descontrolados;
Atáxica: com coordenação equilíbrio ruim;
Mista: sendo a combinação de diferentes tipos;
Esses tipos de paralisia cerebral podem afetar a visão, a audição, o tato e a fala, causando problemas na aprendizagem, tanto físicos quanto emocionais.

“Paralisia cerebral espástica é vista com mais freqüência na população, caracteriza-se por aumento do tônus muscular, diminuição de força muscular e hipereflexia” (BRAGA, 1995, p.11).
Braga (1995), afirma que os movimentos são poucos e requer muito esforço, esses podem ser descontrolados, o relaxamento dos músculos é explicado como a abertura de um canivete, que quando aperta o botão ele abre muito rápido sem controle. A espasticidade ocorre como conseqüências piramidais geralmente ocorridas no córtex-motor, ela se contraem causando deformações articulares, dependendo do local onde a lesão ocorre, diferentes partes do corpos são afetados.


Bobath (1979) classifica a espasticidade em:
Hemiplegia espástica: causa lesão nos membros inferiores ou superiores, na hemiplegia o membro superior é mais afetado do que o inferior, a lesão causada no lado do cérebro causa alterações no lado oposto do corpo.
Diplegia espástica: segundo alguns pesquisadores 80% dos bebês prematuros tem diplegia espástica, a alteração da tensão é mais evidente até nos membros inferiores, mas tanto nos membros superiores quanto inferiores são afetados.
Tetraplegia espástica: alteração de movimentos nos quatros membros, o tronco e o pescoço, a postura pode ser observada na primeira infância e pode persistir nos primeiros anos de vida.
A triplegia: é utilizada para descrever os casos que predomina apenas três membros, geralmente as duas pernas e um braço, e difere da tetraplegia por que em muitos os casos um dos membros superiores é mais funcional do que o outro.
Quadriplegia espástica: nesse tipo de paralisia o corpo é afetado e a fala em alguns casos é mais ou menos envolvida.
Monoplegia: sendo uma forma leve de paralisia cerebral espástica em que apenas um membro predominante é comprometido, esses casos são muito raros e a criança supera com mais facilidade.


Na paralisia do tipo atetóide “todo paciente mostra um tônus muscular instável e flutuante, mas a amplitude das flutuações pode variar amplamente nos casos individuais” (BOBATH, 1979, p.84).

Os músculos não se firmam, por isso não se consegue os movimentos pretendidos estes acontecem como surto, por exemplo, uma contração muscular sem controle, as flutuações do tônus muscular se manifestam em alguns movimentos involuntários, isso em todos os casos de atetóide. A maioria do grupo atetóide pertence às quadriplegias, pois as partes superiores são as mais atingidas (BOBATH, 1979).

Bobath (1979) afirma que nas quadriplegias astetósicas o tônus geralmente é baixo durante os primeiros meses, a criança não tem firmeza nas pernas e no corpo em si, essas reações podem não desenvolver por muitos anos e podendo permanecer defeituosas na vida futura. A criança é incapaz de levantar a cabeça tanto na posição supina, prona ou lateral e é incapaz de sentar-se ou rodar para qualquer posição. “A criança não suporta ficar deitada em prona, pois não consegue levantar a cabeça, não consegue apoiar as mãos para levantar e é incapaz de engatinhar, passando o tempo todo em supina ou sentado com apoio" (BOBATH, 1979, p.84).

Para Bobath (1979), na atetóide é como se o indivíduo não tivesse controle dos seus próprios movimentos, e durante o sono o tônus muscular parece normal e esses movimentos involuntários desaparecem. Nesses casos são mais afetados nos músculos faciais em conseqüência, trás os problemas de articulação da fala e a sialorréia com maior freqüência.

Como Bobath (1979) coloca, a ataxia é um tipo de paralisia de conseqüência da lesão do cerebelo, as dificuldades nos primeiros anos de vida não são aparentes, e geralmente a um atraso do desenvolvimento motor, a criança quando começa a andar antes de três ou quatro anos de vida verifica-se a dificuldade com aumento da base de apoio, e quedas freqüentes.

Braga (1995), afirma que os tipos mistos de paralisia são quando não podemos identificar se é atetose ou ataxia quando o predomínio de um tipo sobre o outro não pode ser identificado.

De acordo com a Federação Nacional das APAEs (1993), na educação precoce são adotadas técnicas e procedimentos de intervenção e estímulos aplicados por equipes interdisciplinares, ou seja, médica pedagógica e social, juntamente com a participação da família, oferecendo condições para que a criança aproxime, gradativamente, dos padrões de desenvolvimento esperados para sua idade e possa alcançar as etapas evolutivas subseqüentes. Pois as principais causas de deficiência decorrem de fatores relacionados à nutrição inadequada de mães e crianças, ocorrências anormais nos períodos pré e peri – natais, doenças infecciosas, acidentes, traumatismos e problemas de ordem genética.As deficiências podem ser evitadas e a maioria pode ser limitada em seus efeitos sobre a vida das crianças e de suas famílias, através de medidas sanitárias, orientações pré – natal, cuidados peri e pós – natais, nutrição adequada antes, durante e após a gestação, cuidados especiais contra acidentes, vacinas contra doenças infecciosas e aconselhamento genético.

Braga (1995), afirma que nesse período, os cuidados são referentes às condições gerais da futura mãe, entre eles se destaca as os seguintes aspectos:
· Vacina contra rubéola: ministrada na futura mãe até seis meses antes da gestação. Ela previne no bebê a ocorrência de deficiências como cegueira, surdez, microcefalia, deficiência mental e paralisia cerebral.
· Tratamento contra texoplamose: evita que a criança nasça com hodricefalia, calcificação cerebral, surdez e cegueira.
· Tratamento contra sífilis: previne o nascimento de crianças portadoras de deficiência física, visual e mental. Dentre eles a futura mãe também deve tomar outras medidas, como, evitar casamentos consangüíneos; evitar engravidar após os 35 anos de idade, pois estudos apontam que a Síndrome de Dawn (mongolismo) está relacionada à idade da mãe e buscar aconselhamento genético quando há familiares com deficiências.

Segundo Braga (1995), a prevenção deverá ser a primeira providência a ser tomada para evitar a deficiência, pois além de ser a medida mais eficiente para garantir a saúde e o desenvolvimento normal da população, seus custos são reduzidos, se comparados aos valores que são dependidos pela família e pelo poder publico em exames diagnósticos, tratamento de saúde e manutenção de custosos programas que atendem a um número restrito de pessoas com deficiência enquanto um grande contingente de crianças e adolescentes e adultos ameaçados ou infectados por deficiência graves, de caráter irreversível, está situada a margem e não vêm recebendo a atenção devida as suas necessidades especiais.

Para a Federação Nacional das APAEs (1993), as medidas preventivas, em sentido amplo, ultrapassam em muitos aspectos os limites das áreas da educação e da saúde, na luta pela melhoria da qualidade de vida para toda a população, trabalho e experiências sociais. Pois alguns fatores poderão ou não contribuir, de forma satisfatória ou não para o desenvolvimento global da criança que apresenta comprometimentos motores. Para toda criança a sua relação com o mundo depende das experiências com os do meio, que contem implicitamente, normas que regulam a participação de todos os indivíduos.

Segundo Braga (1995) no decorrer no decorrer do desenvolvimento da criança, a mãe e outras pessoas próximas vão atribuindo significados aos sons emitidos s pela criança, e assim estabelece – se entre eles uma vida de comunicação que permite que a criança se expresse e se aproprie da cultura. As formas alternativas de comunicação permitem o desenvolvimento em um espaço no qual cultura e cognição são criados reciprocamente pela criança.


A Federação Nacional das APAEs (1993) ainda afirma que a forma como a família e a escola vê essa criança poderá causar benefícios ou não a evolução da sua afetividade, pois são eles os elementos mais importantes na sua evolução como um todo. Suas oportunidades de participação e ação estarão a mercê do olhar que o meio possa estabelecer para formar a opinião sobre sua devida importância nas relações sociais, e sabe – se que é no processo de oportunidades que a criança aprende a conviver com regras de conduta e a participação nos jogos sociais, aprendendo normas de convivência, introduzindo as primeiras noções de bem estar social, favorecendo assim a construção de estruturas mentais operatórias necessárias a sua própria conquista dos valores necessários para agir e interagir adequadamente com o meio, ao mesmo tempo. Nesse aspecto a criança aprende que é mais um elemento importante no contexto social, pois é aí que a criança encontra prazer em agir, sentindo - se motivada a prosseguir com suas efetivas ações transformadoras.

De acordo com os Parâmetros curriculares nacionais (1998), para que a criança possa ter uma boa formação, é necessário que haja a presença de auto – estima por parte de quem o acompanha ou estão ao seu lado. Pois o auto - estima compromete a capacidade de agir e interagir de qualquer individuo, por isso ela é fundamental para a sobrevivência, e tem alto valor psicológico.

Lataille (2002), diz que: As crianças com tetraplegia espástica são mais dependentes da ajuda de outras pessoas para alimentação, higiene e locomoção. O pedagogo e o profissional têm um importante papel diante dessa necessidade educacional. O autor continua afirmando que a proposta pedagógica, numa visão construtiva do conhecimento, tem no aluno e nas suas possibilidades, o centro da ação educativa, e o processo de aprendizagem desses alunos requer algumas modificações e adaptações. Para isso o pedagogo e o profissional terão que fazer uma análise critica das relações inter e intrapessoais, vividas na escola. O processo pedagógico deverá ser construído a partir das possibilidades e potencialidades, do que o aluno já consegue fazer.

Para Coll; Palácios e Marchese (1995), o educador de um aluno com paralisia cerebral deve considerar que tem diante de si, um aluno a quem deve ajudar, a aproveitar o máximo de suas potencialidades de desenvolvimento, de modo a viver a vida o mais independente, rica e feliz possível. Essas necessidades devem ser vista pelo educador como um desafio e não como um obstáculo, melhorando a cada dia as estratégias de interação educativas utilizadas, refletindo continuamente sobre a pertinência dos objetivos propostos e dos meios escolhidos para alcançá-los. Os educadores devem buscar sistemas aumentativos e alternativos de comunicação, que, são todos aqueles recursos, naturais ou desenvolvidos com fins educacionais e terapêuticos, que envolvem mecanismos de expressões distintos da palavra articulada. O mesmo autor afirma que os suportes técnicos por sua vez, podem ser muito simples, como os tabuleiros de comunicação ou os sinalizadores mecânicos, ou podem ser mais complexos, alguns deles incluindo tecnologia microeletrônica. Para que realmente facilitem a autonomia pessoal, os suportes técnicos devem ter três características principais: em primeiro lugar, a resposta motora necessária para o manejo do suporte técnico deve adaptar - se as possibilidades do usuário. Em segundo lugar, os suportes técnicos devem permitir diversas opções de saída, para facilitar a pessoa afetada, a comunicação, o jogo, o estudo, o controle do ambiente ou inclusive a formação e a ocupação profissional. A terceira característica que os suportes técnicos devem cumprir para facilitar a autonomia e que sejam resistentes e portáteis. Os suportes técnicos produzem resultados concretos e gratificantes para respostas muito simples da criança.
As figuras abaixo apresentam algumas alternativas de recursos técnicos:

“Se deve levar em conta que os suportes técnicos proporcionam um mecanismo físico que permite a comunicação, mas não dotam automaticamente a pessoa de habilidades comunicativas e lingüísticas necessárias para a interação” (COLL; PALACIOS e MARCHESE 1995, p.229).

Segundo a Federação Nacional das APAEs (1993) Educação especial é denominada para se referir a educação das pessoas com deficiências ou com necessidades especiais, que necessitam de atenção particular no processo de desenvolvimento e a aprendizagem. Pois é garantido por lei o direito ao atendimento educacional especializado por profissionais habilitados, de métodos e técnicas, de conteúdos curriculares próprios e de equipamentos e materiais institucionais específicos as pessoas com necessidades especiais nas diversas áreas de manifestação da excepcionalidade.

“As crianças são consideradas educacionalmente excepcionais somente quando suas necessidades exigem a alteração do programa” (KIRK e GALLAGHER, 2002, p. 5).

“Os problemas da criança pequena deficiente tendem a abranger os planos da saúde, da educação e questões sócias – psicológicas” (KIRK e GALLAGHER, 2002, p.25).

Um único setor profissional não se reúne o conhecimento necessário para preencher da criança e de sua família. Daí a reunião de muitas disciplinas diferente num único caso para que a família tenha acesso a toda variedade de conhecimentos necessários para desenvolver um programa abrangente de tratamento (KIRK e GALLAGHER, 2002, p. 25).

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